Dia de Chuva
A malta na carruagem da chuva
Jogam-se dias de calor ao forno
Água em migalhas abandonadas na praça
Simplesmente flutuando
Palavras ficaram presas nas valas da mafalala
Nessa rua do Craveirinha
Onde brincam suas memórias
Charcos e fontes falando de miséria
Na chuva cantam-se momentos
Naufragados nessa Europa aos bocados
Num olhar flácido, quero me afundar nesse dilúvio
Vontade de aqui ficar já não mais
Afundar na apoteose infantil
Gotas flutuando nas misérias do meu bairro indígena
Nuvens pintando o céu aos bocados, cinzento
Brincam as escondidas o sol e o arco-íris
Tudo fica ali, nesse vazio de tranquilidade de corpos na rua
Desfilando, divagando a mirar água invadindo casas
E agora vidas sequestradas, a terra cheira a lodo
O verde das mafurreiras nascendo no novo dia
Tudo é similar a primavera
Este e como daqueles textos visionando nos sem que deixem maculas no caminho por onde circulamos
ResponderEliminar