quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dia de Chuva


                               Dia de Chuva

A malta na carruagem da chuva
Jogam-se dias de calor ao forno
Água  em migalhas abandonadas na praça
Simplesmente flutuando
Palavras ficaram presas nas valas da mafalala

Nessa rua do Craveirinha
Onde brincam suas memórias
Charcos e fontes falando de miséria
Na chuva cantam-se momentos
Naufragados nessa Europa aos bocados
 Num olhar flácido, quero me afundar nesse dilúvio

Vontade de aqui  ficar já não mais
Afundar na apoteose infantil
Gotas flutuando nas misérias do meu bairro indígena
Nuvens pintando o céu aos bocados, cinzento
Brincam as escondidas o sol e o arco-íris
Tudo fica ali, nesse vazio de tranquilidade de corpos na rua
Desfilando, divagando a mirar água invadindo  casas

E agora vidas sequestradas, a terra cheira a lodo
O verde das mafurreiras nascendo no novo dia
Tudo é similar a primavera
 

1 comentário:

  1. Este e como daqueles textos visionando nos sem que deixem maculas no caminho por onde circulamos

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