sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Poesimento E Cronicas

Poesimento E Cronicas

                                                  
                                    Melodia De Palavras

Palavras hoje flutuam, soam ao nevar
Criam parágrafos , desfazem luares
Em mim sintonizam  paz e saudades e

Cocam língua de homens, pescadores da mata
reúnem-se em teia  enferrujada, divorciam verdades
Sempre carregadas, as vezes são bússolas

Tocam  dançantes, são instrumentos de viver
Sem desterro ,soam-me , sem atrito atravessam-me
Palavra têm melodia , tem amor, falam  por si

  Neste canal apaziguam amores de inverno
Plantam  amor, crescem em cada raça
Ao subterrâneo conduzem-nos,  ateiam sentimentos

Em acções infinitas cruzam corações de lapidados
Em nossas mentes  fixam residência, em nossas gentes
Oh; melodia de amor, vem até a mim,
Ah fosse esse dançar de palavras infinito
No rio do tempo passam .desaguando em sonhos
Dementes são as descrença que nelas depositamos
Amealha-las em cofre e em nossos corações
    

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011


                         
                             Está na Moda Estar na Moda
La há muito se foi o  tempo que coisas eram apenas coisas, coisas transformaram-se mais que simples coisas, o que era nada passou a ter o seu valor, o que não era produto  passou a ter preço no mercado negro ou branco, farrapos já não há, folhas abandonadas a suas sorte foram já arrancadas. Então pessoas, já não  são elas, evoluíram para o  pior, para a parte mais suja que existe dentro delas. Pessoas agora são outras pessoas, para não ficar para trás e ser esquecido todos entram na onda. A cada ano  que passa as modas e padrões de vida vão fortificando, tudo deve brilhar, presidentes ostentando fatos italianos de ultimo grito, viaturas de ultima edição, a quem ado o exemplo de identidade própria?
Esta na moda os pais darem tudo de bom e do melhor aos filhos, carteira recheada, cartão multibanco, viatura no quintal, a moda deixou de ser para objectos e vestuário, agora tomou conta das pessoas deste tempo. Fazer o curso que possa dar dinheiro, ter uma boa viatura, viver numa casa de luxo exacerbado; ninguem pensa em ter simplesmente o que necessita, queremos mais do que necessitamos, acumulando bens e tristesas, porque nao acumular felicidade, verdades,? E que com a verdade ninguém factura dinheiro  
Transformaram-se em almas sem corpo, caindo pelo passar do vento, como se fossem folhas de acácia amarela, eu agora sou ninguém, sem nome, sem perfil pessoal, nem pátria, tudo é global, globalização total, a moda de um é de todos, o país é de todos, partilhemos então o que é nosso. Tudo se esfumou. De manso carneiro virou lobo das montanhas, todos lutamos num reboliço sem fim, cada um quer ser tudo num só corpo  e cabeça,quer ser América, Brasil e Ásia, ninguém quer ser nada, diferente, cada um quer o melhor de tudo, ser melhor, o número um da lista, subir ao melhor pódio levando consigo a medalha de ouro; dançar a melhor valsa na companhia da musa mais bela e reluzente da noite.
Tudo ficou na moda da água para o vinho todos mudaram, noites de farra viraram moda estilo de vida e um bom exemplo a ser seguido-haja-se dignidade! A televisão com os melhores programas de entretenimento  ficou na moda também. Andar de mãos dadas com namoradas e em conversas íntimas todos caçaram-se, outros envergonham-se de tal, relações são frias e doentias, namorados apenas fazem sexo e compram presentes, já deixaram de ser amigos, relações de amizade e outras agora são um contratos de prestação de serviços e troca de favores com recompensas. De  noite sem lua à volta da fogueira, deu lugar a noites e madrugadas perdidas a volta de mesas nos bares da esquina e cervejarias; a palavra de ordem no momento e não sermos nos, é sermos outros, abrir as portas e fronteiras para ver se ganhamos alguns troféus ou algum trocado, vivendo de aparências e espelhos , que vão nos enganando, ainda se diz que o país e o mundo  estão a avançar, para um mundo melhor e mais capitalista. Teias de aranha encurtando nossas vidas e nossas mente.

Dia de Chuva


                               Dia de Chuva

A malta na carruagem da chuva
Jogam-se dias de calor ao forno
Água  em migalhas abandonadas na praça
Simplesmente flutuando
Palavras ficaram presas nas valas da mafalala

Nessa rua do Craveirinha
Onde brincam suas memórias
Charcos e fontes falando de miséria
Na chuva cantam-se momentos
Naufragados nessa Europa aos bocados
 Num olhar flácido, quero me afundar nesse dilúvio

Vontade de aqui  ficar já não mais
Afundar na apoteose infantil
Gotas flutuando nas misérias do meu bairro indígena
Nuvens pintando o céu aos bocados, cinzento
Brincam as escondidas o sol e o arco-íris
Tudo fica ali, nesse vazio de tranquilidade de corpos na rua
Desfilando, divagando a mirar água invadindo  casas

E agora vidas sequestradas, a terra cheira a lodo
O verde das mafurreiras nascendo no novo dia
Tudo é similar a primavera
 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011



                                                Ser Criança

Sonho voltar a ser menino
Cidadão da fantasia e de cores
Refém de futurismos, vivendo o agora
Momentos que vive são flash, fotografias da vida

Sorrir todos dias é ser criança
Sorriso na boca do mundo,
Puro  e inocente
Ser garoto ou rapaz, encontrar sorrisos perdidos
Na escuridão das palavras
Mesmo sem dizer nada, a face fala
Apalpando cada canto da palhota

Ser inocente de sentimentos
Da vida que vem ainda, ignorando lágrimas
Atiçando fogareiro, correndo entre canaviais
Acácias e mangueiras
Engravidam novas amizades

Beijando a lua num gesto único
Amolecido pela historia
Ficar nesse tempo, onde não há crimes nem certezas

domingo, 2 de janeiro de 2011

Evolucao da Loucura


                                       
                           Bate papo Pai e Filho

-Sabe paizinho, hoje vejo tudo a mudar,essa coisa de globalização, muitos investimentos, muitos novos projectos, quero entrar nessa coisa de política, vestir bonito, sorrir, andar de Mercedes Benz, e comer lagosta. Em fim tenho ouvido dizer que o país está acrescer e eu também como sou da geração da viragem quero virar  também de vida. Desabafa o filho para o pai, num sentimento de insatisfação.
-E falas disto meu filho só agora, já devias ter pensado nisso há muito tempo, não vês que é por isso que o governo  alterou o vosso curriculum, da passagem para quem sabe para passagem automática, entrega-te ao mundo põe as tuas ideias em pratica, pensa grande, seja ambicioso.
-Não o intendo bem.
-Sê como os políticos, comece em participar nos debates, falar coisas bonitas, sorrir, andar de fato e gravata, pois essa é nova tendência do mercado.
- Não me chamarão de louco?
- Claro que não filho, as pessoas gostam disso,a loucura é muito boa  também, que seria do mundo sem um pouco de loucura, depois é só acenar e sorrir que o povo se diverte.